Contos de fadas?


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Hoje tive uma espécie de pensamento: que raio de histórias infantis é que andamos a contar às crianças?

Cinderella
A enteada de uma viúva é escravizada e mal alimentada, até que chega uma outra chanada que transforma ratos em cavalos e uma abóbora numa carruagem que vai levar a pobre criatura a um baile dado em honra do príncipe do reino. O pack também inclui um vestido bonito para a esfomeada levar. No baile, ela faz furor (quem não ficaria a olhar para uma anoréctica com um vestido branco pendurado as omoplatas?) e o príncipe apaixona-se por ela (really?). À meia-noite, ela foge do baile por causa da magia da chanada 2, e deixa para trás um sapato de cristal (plothole: como é que todos os conteúdos do pack mágico desaparecem mas o sapato fica para trás?). O príncipe corre todas as casas do reino em busca daquela a quem o sapato serve (mas deve saltar várias casas, porque duvido que só uma pessoa no reino inteiro calce aquele número), e quando a encontra, casa com ela e vivem felizes para sempre.
Moral da história: façam a lida da casa e passem fome, meninas, porque quem sabe se um dia o Serviço de Protecção de Menores não vos vem salvar e sustentar-vos.

Capuchinho Vermelho
Uma criança que leva bolinhos à avó doente consegue confundi-la com o lobo que a comeu. É comida, depois vem um caçador e abre a barriga ao lobo, e saem as duas incólumes de lá de dentro (a avó deve ter ficado com o pé preso no apêndice e bloqueou a passagem, senão o lobo tinha morrido de forma bem mais desagradável).
Moral da história: sempre que algum amigo vosso engolir um brinquedo por acidente, a solução é sempre esventrá-lo.

Branca de Neve e os Sete Anões
Uma princesa foge de uma bruxa para uma floresta onde se refugia na casa de sete homens que sofrem de nanismo. Limpa a casa com a ajuda de animais, abre a porta à bruxa disfarçada, come uma maçã envenenada, adormece que nem uma estúpida e leva um chocho do verdadeiro amor, despertando e vivendo feliz para sempre.
Moral da história: sempre que fugirem de casa, procurem não incomodar pessoas cujas vidas já estão suficientemente preenchidas, e evitem comprar frutos às ciganas que batem à porta.

Bela Adormecida
Uma jovem que adormece após picar o dedo numa roca amaldiçoada (really?) e que só pode acordar com o chocho do verdadeiro amor é colocada no topo de uma torre de um castelo rodeado de espinhos e guardado por um dragão. O príncipe encantado empala o dragão, os espinhos desaparecem e ele lá salva a cachopa.
Moral da história: vale sempre a pena matar um lagarto gigante e atravessar uma selva de espinhos se isso significar sexo logo à noite.

Hansel e Gretel
Dois putos perdem-se numa floresta após o rasto de migalhas que estavam a usar para saber o caminho ser comido por pássaros. Encontram uma casa feita de doces, e lá dentro uma bruxa com o objectivo de os assar e comer. Eles empurram a velha para dentro do forno e fogem. Como encontram o caminho de volta, escapa-me completamente.
Moral da história: quando virem a vossa avó abrir o forno, desconfiem. Por precaução, não se esqueçam do empurrãozinho.

A Pequena Sereia
Um peixe humanóide troca a voz por um corpo mais humano, de maneira a poder aproximar-se de um homem. A bruxa que fez a troca engana a criatura, mas no final o bem prevalece. E o belo par de pernas.
Moral da história: pensem bem antes de trocarem a vossa colecção de CDs dos Tokio Hotel em troca de um bilhete para um país longínquo só porque viram um gajo bom nas notícias.

Os Três Porquinhos
Epá, a sério. Três casas, uma de palha, outra de madeira, outra de tijolos. Um peludo protagonista dos Heroes com super-sopro destrói as duas primeiras mas não a terceira. Tenta dar uma de Pai Natal mas queima o traseiro na lareira. Sai a voar pela chaminé, demonstrando que o seu poder não se limita apenas a uma das pontas do seu corpo.
Moral da história: devemos ter pena das pessoas que vivem em favelas, porque não estão devidamente protegidas contra lobos geneticamente modificados.

Peter Pan
Um gajo que não cresce nem física nem mentalmente leva três crianças a voar até uma terra encantada com sereias, piratas, índios, e outras crianças que vestem peles inteiras de animais. As crianças escapam dos piratas e voltam para casa, trocando a imortalidade por uma vida normal. Moral da história: a menos que aprendas a voar, vais morrer.

A sério?

Crítica: "A Saga Twilight: Eclipse" [6/10]


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Ora cá estou eu de volta com mais uma review, sendo que a última que escrevi foi sobre o "Cavaleiro das Trevas". Desta vez, o filme do qual falo não é tão brilhante como a obra de Christopher Nolan.

Começo por dizer que "Eclipse" tem um nome bastante apropriado: com tanta acção e tanto momentum para um final bombástico, os restantes 90 minutos de filme tornam-se um pouco enfadonhos. Remeto também para outras críticas deste filme, que dizem, qual descoberta da pólvora, que este é o filme da saga com mais acção: é uma conclusão tão óbvia como encherem três copos com água, meterem uma pedra de gelo num deles e dizerem "Ah, este tem mais gelo".

Vou então decantar o filme em várias secções:

Elenco
Honestamente, mais do mesmo. Continuo a achar que o Billy Burke no papel de "Charlie" é o melhor actor em cena: as pausas e as caras que faz cada vez que está na presença de "Edward" são hilariantes, e note-se que é dos poucos personagens humanos.
Robert Pattinson continua frio e horrendo (a sério, apara as sobrancelhas e ficas três vezes mais sexy), e a sua representação de um vampiro com 109 anos de idade é digna de um Razzie: nunca vi ninguém com tão poucas expressões faciais como este tipo. Um dia gostava de ver se ele mantinha a expressão impávida e serena enquanto lhe metiam um saca-rolhas pelo rabo acima. Talvez desentupisse, finalmente.
Kristen Stewart tem vindo a melhorar a cada filme que passa: no primeiro filme era um Pattinson feminino, no segundo filme já está mais humana e mais expressiva (pois então, o dentuço deixa-a e ela fica deprimida durante 4 meses a usar o mesmo pijama até que chega o Lobo Mau), e neste terceiro nota-se o esforço que Stewart tem feito para calar as críticas, pois do elenco principal ela sempre foi a mais bombardeada pela falta de jeito para representar. Em "Eclipse", já não parece tão atrofiada e tão passiva, mas o argumento também não ajuda.
Noutras presenças interessantes em cena, Sarah Clarke no papel de "Renée" cativa a audiência e rouba toda a presença de Stewart na única cena que partilham, Anna Kendrick ("Jessica") continua uma personagem fascinantemente adolescente, Ashley Greene continua fantástica no difícil papel de "Alice", e sim, o Taylor Lautner é giro, já percebemos.

Argumento
A maior falha desta produção, na minha opinião. "Eclipse" é um livro difícil de adaptar, pois é bastante lento nos primeiros 80% da história, nos quais mergulha bem fundo na complexa relação entre Edward, Bella e Jacob. O filme bem tenta adaptar fielmente o material de origem, mas sai tudo com um cheiro a novela resumida que afecta bastante o seu pacing. Para além disso, o diálogo é horrendo ("Crepúsculo" tinha três vezes mais comédia e "Eclipse" tem mais 30 minutos de duração) e não se sentiu no ar tanta pressão e tanta insegurança como se faz sentir no livro. E não me venham com coisas de "é difícil adaptar esses sentimentos num filme", porque "Crepúsculo" fê-lo com bastante sucesso. Acho que a Melissa Rosenberg está a descuidar-se bastante na escrita do guião.

Música
Bem... podia ter sido melhor. Deixo-vos algo em que pensar: se uma banda sonora é má, as cenas ficam estragadas. Se uma banda sonora é boa, as cenas ficam melhores. Neste caso, achei a banda sonora quase tão sem-sal como as cenas, portanto considero-a apropriada para o filme.

Realização
Confesso que estava à espera de melhor vindo do David Slade, realizador de "30 Dias de Escuridão". Não me parece que ele estivesse muito inspirado para trabalhar com este tipo de material, logo ele que antes de ser contratado fartou-se de falar mal da saga (e depois, claro, desculpou-se com um "estratégias de marketing" que até hoje me deixa indisposto). Mas uma coisa confesso: bons ângulos de câmara. Certas cenas estão muito bem filmadas, e nota-se também o esforço dos efeitos especiais, principalmente nos lobisomens (quando estão transformados, ok?). Para além disso, não noto muita diferença para com os filmes anteriores.

Conclusão:
"Eclipse" é um filme para ver a acompanhar com pipocas, pois são 124 minutos de mortos a passear pelo ecrã perdidos de amores com mortais e cães à mistura, quase todos a fingir que sabem representar, e um pacing tão desequilibrado que nem os altos valores de produção o conseguem corrigir. Daí as pipocas: caso o filme aborreça, façam como eu, agarrem numa pipoca e procurem a silhueta de um animal. Quando a encontrarem, voltem a olhar para o filme e prometo-vos que não perderam nada de especial. Excepto o "Charlie".

Olha, outro hiato!


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Epá, uma pessoa descuida-se e quando dá por si, não escreve há três semanas aqui! Incrível...

Bem, pouco há para contar: vi dois filmes que nunca tinha visto (queria ter postado as minhas críticas, mas na altura deu-me preguiça... talvez o faça esta semana), sendo que um foi o "Eclipse" (6/10) e o outro foi o "I Love You Phillip Morris" (9/10). Para além disso, li uma fanfic completa de Harry Potter (eu odeio fanfics, mas aconselharam-me esta e está brilhantemente escrita, peçam o link se estiverem interessados), continuei a escrever o meu projecto (estou mesmo contente com isto!) e o trabalho continua.

E por falar em trabalhos, a crónica "Na Caixa" vai continuar, pelo menos até acabar o contrato, claro. E o Desafio 20/20 também, mas a minha falta de paciência neste últimos dias (plenamente justificada pelo calor e pessoas parvas) impede-me de me debruçar sobre ambos e continuar estes projectos.

E reparei que a minha escrita hoje está assim um pouco para o sem-sal, não há cá piadas nenhumas sobre corta-unhas a energia solar nem nada semelhante. Enfim... deve ser do calor. Ou das pessoas parvas.
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