Desafio 04/20 - Uma música que me põe triste...


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Esta parte do desafio é parva, porque eu não quero pensar e muito menos ouvir uma música que me põe triste, mas pronto... existem várias músicas que poderia escolher para esta parte, mas vou escolher uma de Nightwish, porque, honestamente, foi a primeira música que me fez chorar de tristeza durante uma altura... "chata" da minha vida. É a "Ghost Love Score" dos Nightwish.



A letra da música, tipicamente ambígua mesmo à Nightwish, atinge-me principalmente no refrão:

My fall will be for you
My love will be in you
If you be the one to cut me
I'll bleed forever

Ao que, no final da música, e em harmonia com a minha vida, o refrão passa a:

My fall will be for you
My love will be in you
You were the one to cut me
So I'll bleed forever

E ainda há pessoas que acham parvo quando as outras choram a ouvir música...

Na Caixa II


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*Junho de 2009*
Ele aproxima-se da caixa, olha-me de alto a baixo, coloca as coisas na passadeira e avança.
- Bom dia! Vai precisar de um saco? - Pergunto, mais por hábito que por ver que é necessário.
- Não, não é preciso. O menino é novo por aqui, não é? - Coloca-se à minha frente, de cotovelos na barreira de plástico que protege o laser.
- Já cá trabalhei o ano passado, no Verão, mas cá estou de volta este ano! - Mostro o sorriso, porque sei que a conversa de ocasião conforta as pessoas e faz esmorecer ligeiramente a barreira cliente-empregado.
- Ai, e ainda bem que sim. Fazem falta mais jovens como o menino, vê-se que trabalham bem - a conversa começa a incomodar-me. - Mas nunca tinha reparado no menino antes, por isso é que perguntei.
- É, não me deve ter apanhado a trabalhar então - desvio a conversa. - São X euros e X cêntimos.
- Tem falta de trocos? - Pergunta-me, com um ar demasiado interessado.
- Hoje não, felizmente - digo com um ar sorridente. Recebo o dinheiro, entrego o troco e o talão. - Obrigado e boa tarde!
- Obrigado eu, eu voltarei, não se vá embora! - O tom de brincadeira é sério demais. O brasileiro na casa dos 50 abandona o sítio.

Na Caixa I


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Ela chega e pousa um pacote de leite e uma caixa de cereais na passadeira.
- Bom dia! Vai desejar algum saco?
- Boum dia, meu meneino! - Exclamou ela, com um fortíssimo sotaque nortenho. - Oulhe, é axeim, o meneino bá trabalhando debagareinho qui eu axeim bou buscando as coiseinhas uma de cada bez e bou pousando na paxadeira, pode xere?
- Oh, minha senhora, mas eu não posso ficar aqui assim à sua espera! - Respondi eu, sem saber se devia rir ou chorar porque a senhora tinha um ar muito decidido na cara. - Não tem uma moedinha para meter no carrinho? Assim leva o carrinho a todo o lado e escusa de andar para trás e para a frente, está a ver?
- Oh, mas eu num bi nenheum carreinho para metiere uma moueda! E num posso andar cum estas cesteinhas cum rodeinhas qui dipois eu fico touda afliteinha das coxtas, meu meneino! - O ar de aflição na cara dela chegou a assustar-me. Comecei a suar.
- Mas os carrinhos estão lá fora, minha senhora, tem que sair por aquela porta ali e eles estão lá todos - apontei, consciente que, por dentro, o que eu mais queria era desmanchar-me a rir.
- Ahhh, num bi aquela puorta! É que xabe, eu já tenho muita falta de bixta no oulho isquierdo, e debe ter sido por ixo que num bi a puorta. Obrigadeinho, meu meneino!
- Ora essa, não tem de quê!
Fui até à casa-de-banho com a desculpa de lavar as mãos, encostei-me à parede e ri que nem um perdido.

Prólogo de um projecto sem nome


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Hoje, enquanto esperava pela Jéssica para irmos beber café, fui escrevendo/escravinhando uma série de ideias num ficheiro de Bloco de Notas, e quando dei por mim, tinha uma espécie de conto mentalmente planeado. Gostava de levar esta ideia para a frente, e verei se a consigo terminar (ao contrário dos meus antigos planos mentais: acabo sempre por encravar no terceiro ou quarto capítulo e depois esqueço-me do que tinha pensado). Se achar que está a ficar capaz, vou postando aqui os capítulos à medida que os for escrevendo. Serão textos um pouco longos, embora eu os vá tentando postar por partes, com as devidas etiquetas para se poder ler tudo por ordem e como deve ser.

O principal motivo que me leva a postar pelo menos este prólogo que escrevi foi o que senti quando acabei de escrever. Há imenso tempo que não me sentia assim, isto é, com aquele sentimento de que o que acabei de escrever satisfaz-me totalmente. A última vez que senti algo minimamente semelhante a isto foi quando escrevi a biografia da Xana para o meu primeiro Assignment de Inglês B2.2. Modéstia à parte, arranquei um 18, o que é algo assim divino naquela faculdade. E nem sequer me sentia totalmente satisfeito com o texto, achei que podia ter melhorado algumas partes. E desta vez, não me arrependo de nada do que escrevi. É raro. E é por isso que partilho isto convosco.

Agradecia também, se quiserem, que deixassem as vossas críticas e opiniões, inclusive relacionadas com o meu estilo de escrita. Procurei escrever de uma maneira em que raramente escrevo, pois costumo ser muito menos descritivo e detalhado, mas desta vez esmerei-me e gostei do estilo que criei para mim mesmo. Obrigado.

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Prólogo

Sejamos honestos: ninguém consegue prever como será a sua morte. Correcção: ninguém consegue prever o que quer que seja. Um palpite é uma coisa diferente; um palpite é uma espécie de tentativa de adivinhação do resultado de um evento futuro, e por norma, esse evento é algo que não nos influencia nem nos afecta profundamente. Quando o evento nos influencia ou nos afecta profundamente, não dizemos “palpita-me que…”, mas sim “receio que…” ou “não gostava nada que…”. Adivinhar o futuro é algo difícil. É uma habilidade imprecisa: podemos adivinhar que vai chover amanhã, mas tendo em conta alguns factores meteorológicos, qualquer um sabe dizer que vai chover a potes no dia 3; quanto a adivinhar que vamos ver aquela pessoa em quem nunca pensamos na loja do chinês com verniz vermelho nas unhas e um piaçaba rosa-choque nos braços, ofereço uma Oreo a quem consiga. É difícil prever o imprevisível, e foi por isso que José Gomes foi atropelado.

Numa passadeira perfeitamente sinalizada, faltando apenas um outdoor de néon que incluísse uma seta em chamas a apontar para a zebra, José Gomes não se deu ao trabalho de olhar para ambos os lados. Tendo em conta que uma extensa e ruidosa fila de carros aguardava a mudança de luz à sua esquerda, o agora-defunto não achou necessário prestar atenção ao horizonte metálico construído por telhados envernizados e antenas de rádio. Caso o tivesse feito, poderia eventualmente ter reparado num BMW que se aproximava do final da bicha a uma velocidade que teria feito as esposas das nove famílias envolvidas no acidente gritarem “Oh, Manel, já estou enjoada!”. O condutor do BMW, saído há quinze minutos de um restaurante em cujos lavabos masculinos se encontravam agora vestígios de um pó branco no tampo da sanita e uma palhinha ainda com o gosto de uma caipirinha junto do piaçaba, não se deu conta da proximidade da matrícula à sua frente, tomando-a pelo sorriso de um elefante cor-de-rosa. Sentindo-se tentado a subir do estatuto de drogado para o de caçador, acelerou e afocinhou a dianteira do carro na traseira de uma carrinha de sete lugares onde seguia uma família de 6, cujo chefe e condutor mal teve tempo de dizer “Mas que car…”.

O choque em cadeia de uns carros com os outros foi algo digno de um coreógrafo de renome, se bem que com algumas falhas naquela dança intrínseca: alguns carros, ao ouvirem o estrondo do metal a bater no metal, bateram com o pé no acelerador, na tentativa de salvar os seus jovens cachopos, os seus animais de estimação e, em alguns casos, as histéricas donas de casa. Foi então graças ao pânico do ser humano que, num acidente no qual poderiam estar envolvidas apenas seis ou sete viaturas, envolveram-se quarenta e duas. Quando o condutor do Seat que liderava a fila na faixa da direita entrou em pânico, assim entrou a cabeça de José Gomes no pára-brisas do respectivo carro. O condutor não travou: quem o faria? Já não bastava o susto de ver um carro a capotar pelo espelho retrovisor, ainda por cima alguém resolve mergulhar carro adentro sem abrir a porta. Com um homem inconsciente ao colo e cujo nariz sangrento insistia em esfregar-se na sua cara, o condutor do Seat pensou em tudo, vomitar, gritar de pânico, afastar o Gomes da sua cara e ligar para o namorado para pedir socorro. De facto, pensou em tudo, menos em travar. E novamente, o pânico humano piorou uma situação deplorável e imprevisível, pelo que o Seat resolveu parar numa loja chinesa, entrando pela janela como uma diva que afasta as cortinas e diz “Cheguei!”

A paragem abrupta do Seat lançou o corpo de José Gomes novamente para fora do carro tal como tinha entrado, ou seja, de cabeça. O condutor ficou inconsciente, o dono da loja esmagado algures debaixo do motor, o cliente de 8 anos que comia Oreos gritou “Fixe!” com a boca cheia, e quando o corpo de José Gomes finalmente aterrou contra uma estante cheia de loiça ao desbarato, tornou-se cadáver, e uma senhora que, vinda do piso superior, desceu as escadas a correr devido ao barulho, deixou cair o piaçaba rosa-choque, levou umas mãos de unhas envernizadas a escalarte à cara, e gritou. Há três meses que não via o Zézinho, como sempre lhe chamava, e eis que ele aparece assim de repente à sua frente, ficando imóvel a olhar para ela, com um fio de sangue que lhe desce do nariz, contorna a sua boca e pinga do queixo para uma tigela branca, que aterrara miraculosamente inteira no seu colo.

Toda esta situação seria difícil de prever, até para as mentes mais brilhantes. Mesmo que se pudesse adivinhar o esquema geral (o tal acidente em cadeia que lança um carro por uma montra adentro), os pormenores seriam difíceis de adivinhar. O miúdo das Oreos não pensaria ver o braço do dono da loja torcido, mas viu-o. O condutor do Seat não se imaginaria a vomitar em agonia, mas vomitou. O condutor do BMW não se via a matar uma família de seis, dos quais quatro eram crianças, incluindo um recém-nascido, mas matou.

E a filha de José Gomes não se imaginaria na berma da estrada a assistir à morte do seu pai. Mas viu, gritou, colocou-se de joelhos, chorou, esperneou, vomitou em agonia… e quanto ao matar, não o fez. E muito menos palpitou. Quanto à morte do culpado, ficou-se pela promessa e pela previsão do seu cumprimento.

João Efigénia

Desafio 03/20 - Uma música que me põe feliz!


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Olha uma actualização! Eu realmente tenho que me dedicar mais a isto, mas que posso eu fazer, quando me encontro em Olhão com um plasma só para mim (vá, é da minha mana, mas o "Resident Evil 5" fica tão giro naquele ecrã...) e com uma série de amigos que todas as noites me convidam para ir dar uma volta? Enfim...

Esta é facílima. Sei que se a usar agora vou-me lixar na última música do desafio, porque não posso repetir, mas, pá, tem mesmo que ser. É que ultimamente, sempre que oiço esta música fico eléctrico e canto e danço e esperneio até reparar que quem me rodeia está a olhar-me como se eu fosse a Lady Gaga. E por falar nela...



É que esta era mesmo óbvia, não era?

Nacionalismo fora de prazo.


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E fora de prazo está também este post. Faz hoje uma semana que não actualizava o blog, e desde então as únicas coisas a declarar consistem em vários eventos e acontecimentos nos quais participei. Cheira-me a post longo!

Na sexta-feira, dia 4, fui convidado pelo Sandro a ir assistir ao primeiro dia das Marchas Populares no Pavilhão Atlântico, onde assisti às actuações das marchas do Lumiar, Baixa e Bairro Alto. Felizmente, vim-me embora antes da "pancadaria" que houve por causa de Alfama.
Diga-se assim de passagem que não me lembrava o quão belas eram as Marchas: sente-se a magia e a tradição no ar quando se ouve dezenas de vozes a entoar as mesmas canções populares, com coreografias lindíssimas e figuração fantástica! Fiquei cheio de pena de não ficar em Lisboa até sábado, dia 12, porque não vou assistir às Marchas na Avenida da República. Enfim, a Meo há-de servir para alguma coisa.
Não obstante, tendo em conta os vídeos que andei a ver das outras marchas, a minha preferida (e não é pelo meu melhor amigo marchar lá) é a do Lumiar. Há um rigor e profissionalismo que pura e simplesmente não detectei nas outras marchas. A ver vamos se este ano conseguem ficar, pelo menos, no Top 5. Destaco também a marcha do Bairro Alto, que se inspirou no musical "O Fantasma da Ópera" e cuja actuação culmina numa espécie de homenagem à "Masquerade", com leques, salão improvisado e tudo! Foi fabuloso!
Toda esta conversa sobre as Marchas para dizer que, durante as 3 horas que estive no Pavilhão Atlântico com a minha querida Daniela, assisti a um comportamento tipicamente português: o enaltecer das nossas tradições misturado com o aplauso dado à arte de outrém e o sentimento comum de que estamos todos ali para o mesmo fim. O pessoal de Alfama não ajudou (assobiarem e apuparem as outras marchas? Not cool!), mas sabe bem ver a marcha dos Olivais a aplaudir o Lumiar, e vice-versa. Companheirismo tradicionalmente português, e que se partilha e se celebra de ano a ano. Quando dali saí, fui para o Bairro Alto com amigos até às 3, e acabei por arrochar em casa da Xana e do Ricardo.

Contrastando com essa noite de Marchas Populares esteve o Mega Pic-Nic Modelo do dia seguinte, ao qual fui com a Hélia e o António. Ali pude observar um comportamento completamente diferente do que tinha presenciado na noite anterior: hipocrisia. Desculpe-me quem lá esteve, mas foi isto que senti naquele dia. Milhares de pessoas ali reunidas para ver a Selecção Portuguesa, o Tony Carreira e o largar de 20000 bolas de plástico vermelhas que custam 0,5€ cada uma no Modelo e no Continente. A sério? Inclusive testemunhei uma coisa que me deu vontade de chorar pela precariedade: duas senhoras à disputa por causa de um par de bolas de plástico! Em África, crianças subnutridas não lutam pela pouca comida que têm, e em Portugal duas galifónias quase que se desunham uma à outra por causa de um conjunto de objectos cujo módico valor monetário é de 1 euro. Tendo em conta que haviam 20000 bolas iguais à espera de serem lançadas para a população expectante, foi uma cena deveras triste.
Foi igualmente giro ver o povo português a apoiar um grupo de jogadores de futebol que só são lembrados quando há Mundial ou Europeu. "Portugal! Portugal!" ouvia-se por todo o lado, a toda a hora. Mas alguém se lembra de agarrar nas malditas vuvuzelas e gritar a plenos pulmões o nome do nosso país quando os nossos governadores se lembram de aumentar os impostos ou de voltar a aconselhar o país a apertar o cinto? (cinto que já nem é cinto, neste momento é uma espécie de anel, de tão apertado que está)
À noite, volta ao Bairro Alto, desta vez para fazer directa na discoteca. Como diria o Marlon, "How does Lady Gaga like her meat? RAW-AW-AH-AH-AHH!" *saca das garras*

No dia seguinte, domingo, acordei tarde mas estudei Gramática do Português como gente grande. Ou seja, li as folhas uma vez e como nada entrou, limitei-me a comer e a ir ver o "Pensas Que Sabes Dançar?". Voltei, então, a testemunhar um ataque à língua portuguesa que até meteu dó! Desde frases do tipo "Estava a gostar de tudo, desde a mais pequenina coisa... até à maior!" a "Dói-me o coração... dói-me o coração a eles também...", passando pela descrição de um figurino como "Gaga Power Ranger". Outra coisa que notei foi o facto de utilizarem muitas expressões em outras línguas cujas traduções existem há décadas no português moderno, como "Partner" (ou "Partenère", que na minha língua se diz "par" ou "companheiro", algo que não é difícil encaixar num diálogo quando se fala de dança). Dei meia-volta na cama e dormi.

Segunda-feira, o derradeiro dia das minhas avaliações académicas, com a frequência de Gramática do Português. O ambiente antes, durante e depois foi aquilo a que se pode chamar o "luto revoltado", e a frequência em si foi uma espécie de desastre natural, com mortos, feridos e sobreviventes. Um autêntico Holocausto. Chernobyl. Y2K.

Assim termino o meu estudo do comportamento português nestes últimos dias. As conclusões a que cheguei são minhas e só minhas, e cada um será capaz de tirar as suas próprias conclusões: seremos nós um povo que só se lembra de ser nacionalista quando é para soprar cornetas de 4 em 4 anos? Ou seremos mais tradicionais? Será feitio ou defeito? A vossa opinião é bem vinda.

Desafio 02/20 - A minha canção menos preferida!


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Esta é difícil... eu não detesto assim as músicas de maneira que as possa chamar "menos preferidas", embora haja uma série de artistas que me passam completamente ao lado, tipo Ke$ha (que nojo, desculpem-me os fãs) e bandas de heavy metal com vozes de sanita.

Mas há uma música em particular que até se me arrepiam os cabelos cada vez que a apanho por azar no rádio, na TV ou nalgum sítio em que esteja postada por brincadeira:



A sério.
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